sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Entrevista: Sara Fatia no CD Ourentã

Primeira entrevista da internacional Sara Fatia que vai regressar à competição ao serviço do Clube Desportivo Ourentã (Cantanhede) que está a disputar o ceptro distrital da Associação de Futebol de Coimbra. O que a levou a parar depois do final de época no Louriçal e as expectativas para este projecto no qual reencontra algumas antigas colegas de balneário.


O que a leva a assinar pelo CD Ourentã?
Escolhi o Ourentã porque de todos os clubes onde fui treinar foi o que mais me identifiquei. Fui muito bem acolhida por todos, senti-me bem a treinar e as viagens são relativamente curtas o que minimiza o desgaste. Além disso já conhecia a grande maioria do grupo, o que facilita a integração.

Quais as expectativas que tem neste regresso aos campeonatos do distrito de Coimbra?
Honestamente, o meu principal objetivo pessoal é sentir-me bem, disfrutar e divertir-me a fazer o que mais gosto. Naturalmente que a vertente competitiva está sempre presente e está bem vincada na minha personalidade. Voltar ao distrital após quatro anos é estranho. Previsivelmente seria expectável uma evolução da qualidade individual e colectiva das equipas e que a diferença entre as duas primeiras classificadas para as restantes fosse menor do que na minha altura. No entanto, a evolução não se verificou, sou da opinião que piorou até. Relativamente ao campeonato nacional a competitividade é colossalmente inferior e arrisco mesmo a dizer que de todos os campeonatos distritais do país, 90% das equipas não estão preparadas para ingressar no maior patamar do futsal. Trata-se de uma situação transversal a todo o território nacional e não específico do distrito de Coimbra.

O que a levou a esta pausa depois de terminar a última época no Louriçal?
A época passada foi extremamente desgastante a todos os níveis. As viagens eram demasiado longas e a minha vida profissional intensificou-se, provocando um final de época que chegou até a ser doloroso. Precisava de uma pausa para me relembrar de como gosto de jogar futsal e para recuperar a paixão.

Surpreendeu-a o final de um clube atingiu uma classificação histórica?
No ano passado atingimos a melhor classificação de sempre da Associação do Louriçal no campeonato nacional, mesmo com todas as condicionantes e contratempos durante a época. Na realidade não me surpreende a opção pela desistência. Quando um clube que está em todas as edições do campeonato nacional assenta a sua participação no amor, gosto e sacrifício das suas jogadoras é natural que o final seja este. Quando não existe sequer um esboço de estrutura, esforço e interesse ou dedicação a um projecto, o fim é certo.

Reencontra no Ourentã três antigas colegas de equipa, a Jessica Neves, a Rita Ribeiro e a Sofia Ferreira. Como tem sido trabalhar com a Sofia sendo que esta está agora num cargo diferente?
Na realidade é estranhamente normal para mim. Não tenho dificuldade em lidar com isso. Já conhecia a Sofia como treinadora e não estou surpreendida com a sua enorme qualidade. Não nego que talvez brinque mais com esta treinadora do que com os outros todos, mas sempre soube “separar as águas” e desta vez não será diferente. Há tempo para tudo e há uma hora para trabalhar e uma hora para descontrair, o segredo é saber quando.

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